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 REPORTAGEM  

_ A CONSTRUÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS EM PAPÉIS DE DESTAQUE 

Lisbela, Gabriela e Dona Hermínia.

 

Dos 52 filmes de maior número de espectadores dos de 2000 a 2020 analisados no Teste de Lisbela, 20 não têm nenhuma personagem feminina em um papel de destaque.

Por mais que sejam a maioria da população brasileira (de acordo com o IBGE, 51,8%), as mulheres ainda buscam seus papéis de protagonismo no cinema. 

EXISTEM 4.8 MILHÕES DE MULHERES A MAIS QUE HOMENS NO BRASIL 

No entanto, esse não é um reflexo apenas da sociedade patriarcal brasileira.

 

De acordo com o Instituto do Cinema, em 2017, apenas 24% dos personagens principais dos 100 longa-metragens de maiores bilheterias norte-americanas eram femininas.

Isso é fruto de um senso comum na indústria cinematográfica que entende que histórias femininas não são tão comerciais quanto as sobre homens. Essas, sim, são consideradas “universais”.
 

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Frames de filmes nacionais

Imagens: Arquivo

_ A MULHER BRASILEIRA

Mesmo com a disparidade no número de protagonistas femininas nas grandes telas, as que são representadas acabam sendo unificadas em uma personagem.

 

Tal fenômeno pode ser observado com maior clareza nas produções nacionais, quando são colocadas apenas como a “gostosona”, símbolo da beleza tropical e que se doa a todos ao seu redor, menos à si.

 

A atriz, roteirista e diretora, Clara Anastácia, reflete sobre esse retrato da mulher brasileira no cinema.

Assista a um trecho da entrevista em vídeo.

_ O OBJETO

A produtora de desenvolvimento na Conspiração Filmes e professora de Mecanismos Federais de Incentivos Fiscais para a Produção Audiovisual, Raquel Leiko completa que a imagem feminina trabalhada por lentes masculinas, muitas vezes, é objetificada.

 

Já que o homem tem sua visão limitada ao aspecto estético, esvaziando a existência da mulher. 

Assista a um trecho da entrevista em vídeo.

_ A IDEALIZAÇÃO

A roteirista Jô Abdu foi responsável pela adaptação e criação de personagens de destaque dentro do audiovisual brasileiro.

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 Dona Nenê 
  A Grande Família, 2001 a 2014 

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 Paula 
  Linda de Morrer, 2015  

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 Michele 
 Mister Brau, 2015 a 2018  

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 Cléo 
 Filhas de Eva, 2021 até o presente 

Protagonistas de produtos roteirizados por Jô Abdu. 

Imagens: Reprodução. 

Ela explica que a maioria das personagens com quem trabalhou já tinham sido idealizadas antes mesmo de chegar à sala de roteiro. Ela enfatiza que, com redações mais diversas e com lideranças mais preocupadas com o futuro do audiovisual, as personagens mudam sua natureza, como é o caso da Dona Nenê e da Michele.

_ O INVESTIMENTO

No entanto, por mais que essas sejam personagens protagonistas e bem desenvolvidas, suas histórias estão historicamente ligadas ao homem, mesmo que em sua origem. 

 

De acordo com a doutora em História - Cinema, Gênero, Políticas de Representação Audiovisual, Sandra de Souza Machado, entre os anos 2000 a 2020 a construção das personagens femininas mudou muito por causa da mudança política no governo brasileiro.  
 

Para ela, o investimento em cultura foi maior precedente para essa mudança.
 

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Sandra de Souza Machado.

Imagem: Reprodução

A professora de Mecanismos Federais de Incentivos Fiscais para a Produção Audiovisual, Raquel Leiko, conta que o incentivo governamental na cultura não é uma prática estritamente brasileira. 

No entanto, Raquel alerta sobre a resistência da população com esse tipo de política. Uma vez que, segundo a própria, os filmes desse período alcançam uma maior liberdade criativa e a forma de se fazer cinema se torna mais democrática. 

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Presidente Lula e Gilberto Gil, ministro da Cultura em 2003 (em sua direita). 

Imagens: Reprodução. 

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