FERRAMENTAS QUE INSPIRARAM
O TESTE DE LISBELA
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BECHDEL TEST
A predominância masculina por trás das câmeras tem como principal consequência a deturpação da representação da mulher nas telonas.
É comum que personagens femininas sejam usadas como complemento para personagens masculinos e que, portanto, seus arcos narrativos girem em torno destes.
Grande parte das vezes, não possuem nem mesmo um desenvolvimento próprio na história e são apenas mães, namoradas e filhas do protagonista homem.
Esse problema foi identificado décadas atrás. Em 1985, a cartunista norte-americana Alison Bechdel criou uma história em quadrinhos chamada “The Rule” (1985), que ironiza a representação clichê das personagens femininas em filmes hollywoodianos.
A peça faz parte de “Dykes to Watch Out For”(1980-2000), uma cultuada série de cartoons desenvolvidos, desenhados e escritos por ela dos anos 1980 aos anos 2000.
“As feministas com quem eu saí naquela época e eu nos sentíamos ignoradas pela cultura, porque ela era dedicada a homens brancos e héteros. Nós fazíamos piadas a respeito de como não tínhamos filmes com mulheres que se parecessem com pessoas verdadeiras. Parecia ser algo impossível.”
_ALISON BECHDEL, EM ENTREVISTA A REVISTA HYPENESS, EM 2018.
Imagem: Reprodução
Na tirinha, duas mulheres tentam decidir a qual filme assistir no cinema. Uma delas diz que só assiste aos lançamentos em que tenham pelo menos duas personagens femininas que conversam entre si sobre algo além de um homem.
A tirinha que deu origem ao teste.
Crédito: Alison Bechdel
Imagem: Reprodução
Com o sucesso da história, surge o Bechdel Test, que ao longo dos anos tornou-se um indicador de igualdade de gênero para produções culturais.
O teste estabelece um sarrafo baixo e que não corresponde a todas as tendências feministas no cinema.
Mesmo assim, muitos filmes ainda não conseguem alcançar os requisitos básicos propostos pelo teste, que são:
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Ter ao menos duas personagens femininas;
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Que conversem entre si em alguma cena;
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Sobre algo que não seja homens.